tag:blogger.com,1999:blog-69933795764463791542024-02-07T16:27:40.449-03:00lacônicocompilação de excrementos sem ordem cronológica.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.comBlogger183125tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-38779258653363335412012-06-11T14:34:00.000-03:002012-06-11T14:34:32.891-03:00melancoliaentre o campão e o céu é tudo nosso. nossa grama pinicante, nosso madraçal de lama, nosso brilho no escuro, nosso vazio e nossa água sublimada. as facetas de tormenta e gozo que se escondem entre as traves, o branco lascado que circunda o enferrujado, seu meu zíper aberto e a vontade lancinante de transgressão. o sangue que pulsa retumba mas não pode transbordar, porque nossa miami é encarcerada na insatisfação do gozo contido que se satisfaz. pertencemos um ao outro sem nunca nos tocar.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-88851662934973108642012-06-11T14:27:00.002-03:002012-06-11T14:27:33.862-03:00e não me cansei nunca de cultivar esse jardim de hematomas regado com águas salinas, que se marcam indeléveis em todos os níveis da pele pra baixo. me estremecem todos os sentidos mesmo no meio mudo de todos, luzes cirúrgicas e os olhos embaçam com o tremor da pele de ouvir os 9min da trilha da sua vida.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-30162855568207194272012-01-09T02:50:00.001-02:002012-01-09T02:50:58.985-02:00parturiente<br />de sangue<br />e ideias mortaschora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-16583091733858237732011-12-31T06:09:00.001-02:002011-12-31T06:10:24.138-02:00estrada<br />hiato eterno<br />que leva o nada<br />a lugar nenhum<br /><br />ponteiros não passam<br />vento não sopra<br />as folhas permanecem no mesmo lugar<br /><br />vácuo.<br />tempo suprimido<br />no vazio da locomoçãochora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-36099822040923194052011-12-31T05:44:00.003-02:002011-12-31T05:46:00.074-02:00e eu li e vi você sangrando no papel em todas as páginas onde as gotas de sangue não cessam de proliferar. meus olhos vagaram a fio procurando por mim no seu sangue pisado estancado em papel, mas nem em sua memória sobrevivi.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-20031153295893723772011-12-08T02:15:00.002-02:002011-12-08T02:17:43.223-02:00escorre, correo corpo que petrifica diante do mundo que não cessa um segundo, se torna imóvel pela hipertrofia de movimento. o choro jorra natimorto, seco desde a geração; o pensamento autofágico, de turbilhão canibal; o abscesso que apodrece por dentro, putrificando pele sã; os rasgos, messiânicos, permitindo o êxodo das vísceras. os dentes deram lugar às gengivas sangrentas, sou apenas filetes tentando escapar.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-77059803144179391772011-12-08T02:11:00.003-02:002011-12-08T02:14:56.895-02:00pra dedos que desaprenderam a escrevereu me sequei e fiquei tanto tempo assim, aberta, que de tanto evaporar tudo puiu. e as longas sinfonias mudas, os quadros púrpuras de hematomas, o etanol intravenoso hidratando a amnésia... descascaram minha face. sem rosto nem traços, vulto no papel em branco, na noite fosca. esqueci como era enxergar a pele homogênea, o corpo unitário, a cidade fora das chamas. meus olhos se tornaram cinza-escuro, meus cabelos nublados, e a pele, granizo espatifado. meus gritos, trovões engolidos. e a tempestade não cessa de desabar. cicatrizes são sequelas de quem realmente morreu.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-12936293268604973882011-10-14T18:19:00.001-03:002011-10-14T18:21:37.754-03:00riscos vermelhos ornam a pele cansada, que não mais sente a chuva que lava a podridão. bancarrota putrefata exala morte a cada esquina inexistente e deixa o céu de baunilha liquefazer bueiro abaixo.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-1141361658980383192011-07-25T00:16:00.002-03:002011-07-25T00:20:11.386-03:00miomatomo uma brisa nesse frio sem meias, quero ver se espaireço. brisa amarelada, repleta de bolinhas sedentas pela superfície. assim como você ontem e sempre, buscando a superfície da alta embriaguez. trôpego e titubeante, seus olhos tem menos brilho que a brisa. não tem foco, não tem destino... perdidos na imensidão do ar. juras amores promessas se liquefazem num álcool amargo intragável. bafo de morte, gosto sepulcral. e a dor do câncer, perene... ubíquo... não deixa o amor liquefazer também.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-20587613250975300922011-07-11T22:35:00.004-03:002011-07-24T14:22:03.087-03:00memórias subterrâneaseu não aguentava mais trabalhar naquela catacumba. tijolos cor de barro dispostos por toda aquela imensidão vazia, os espaços sempre enevoados como se tocasse o réquiem de um apocalipse zumbi. trabalhava ali em meio à poeira e ao nada, retirando cultura debaixo dos tacos. milhares de livros, cds, documentos. todos subterrâneos, proibidos. já não me lembrava há quanto tempo não sentia o cheiro do sol.<br />também não me lembro como aconteceu. refugiada ali naquele submundo, não me recordava como era uma feição humana, uma face.o estranhamento foi enorme ao ver adentrar no meu sepulcro uma coisa além de névoa. era um amontoado de carne, ossos e pelos. um rosto bronco, repleto de barba. não sei se era ele alto demais ou eu alta de menos. nós não nos falamos. nem um balbucio. gaguejo. nada. ele me olhou com seu olhar pleno de ébano. era como se fosse um autômato, ou então com tanta vida que eu não conseguia identificar. era como se me lesse inteira por dentro, e soubesse melhor que eu o que eu queria e deveria fazer. foi quando eu resolvi me entregar.<br />nos encaramos por mais alguns diversos instantes, um fotograma que se repete por toda eternidade. ele agarrou meu braço e me puxou para fora da imensidão da minha sala retangular. redescobri a escuridão do corredor que leva o mundo exterior a minha catacumba. tanta poeira que gravava as marcas de nossos pés. a marca dele era grande, pesada. me dava tanto medo quanto segurança. continuamos penetrando a escuridão e chegamos num hall. uma cadeira antiga, duas paisagens pregadas na parede. o vidro estava estilhaçado pelo chão e a clarabóia apoiava uma escada. subimos. rememorei o cheiro de sol e quase me ceguei com os reflexos dourados na névoa. tudo ao mesmo tempo. ele sibilou sua primeira palavra - toma. sua voz era determinada, linear, ela já tinha atingido o que ele planejava. ele entregou em minha mão dois brinquedos estranhos. um, tinha formato de controle remoto, um botão parecido gatilho atrás e na ponta ia se tornando mais grosso. outro, parecia pingente com uma luz vermelha passeando nervosa dentro de uma cápsula transparente.<br />a curiosidade pelos brinquedos passou e deu lugar a curiosidade pelo mundo. estávamos num prédio com poucos andares, estranho, com várias aberturas para o céu e jardins extremamente vívidos. transeuntes passeavam no piso que era o teto da minha catacumba. me senti como a toupeira que vê o sol e queda cega. essas pessoas também pareciam autômatas, mas sem o magnetismo daquele que me buscou. era como se nem notassem minha palidez de quem há anos não vê o sol.<br />ele encostou na minha mão. firmávamos um pacto. corporal, de morte e vida. ele colocou sua mão em volta da minha, com o controle remoto no núcleo, e apontou meu braço na direção de um casal que passava conversando ao lado. apertou meu dedão no gatilho. os quatro pés ao nosso lado distanciaram-se do chão, os milhões de fios de cabelo desobedeceram a gravidade e os dois corpos contorceram-se no ar por volta de três minutos. caíram como fruta madura.<br />fui embalada por uma deliciosa gargalhada, quando percebi que além de tanta vida transbordava morte naquele homem barbudo. me senti seduzida de corpo e alma por aquele tânatos-eros ambulante, e não consegui evitar uma deliciosa gargalhada que pareceu permanecer por toda eternidade.<br />tudo me pareceu claro nesse instante. usaríamos os dois brinquedos que havia me dado em quantas pessoas nos apetecessem e depois sumiríamos. viraríamos pó. e eu aceitei.<br /> antes de me ensinar a manusear o que parecia um pingente, ele novamente me paralisou no olhar e disse - morreremos juntos. concordei tacitamente apenas com o brilho louco de explosão no meu olhar, era tudo o que eu sempre quis e somente o que eu faria.<br />o outro brinquedo era como laser de criança, o qual me lembro remotamente como adorno de crianças endiabradas. já o laser que do meu pingente transparente saía não era como o das crianças insuportáveis, para mirar nos olhos alheios apenas para perturbar. o meu fatiava em desenhos inimagináveis feitos apenas pelo meu balançar de mãos qualquer corpo que eu apontar.<br />fatiamos mais algumas pessoas que por nós passavam e saímos correndo pela grama, rumo a uma subida. toda a determinação e certeza que me apossavam começaram a desaparecer a cada passo. o que eu estava fazendo não tinha volta. era pacto com a morte.<br />fui tomada de súbito pela desorientação. não quero mais. na verdade, nunca quis. fatiar corpos, torturar pessoas. que inferno eu fiz?<br />começamos a ser perseguidos por duas mulheres. até agora não entendo porque não abusei da fatalidade dos meus brinquedos para acabar com elas. talvez fugir, não sei.<br />ele novamente apertou minhas mãos. dessa vez, a aflição dominava sua voz, o tom era alto, mas quase uma súplica - MORREREMOS JUNTOS, MORREREMOS JUNTOS. as mulheres se aproximavam mais e mais e mais. ele suava frio e seus olhos vidrados me refletiam como se eu fosse o nada. colocou o controle remoto na minha mão, o pingente na dele. eu não queria mais morrer, tinha tanta coisa pra viver no mundo, tanta coisa pra fazer das quais havia esquecido enquanto encarcerada naquela biblioteca subterrânea. muito menos queria ter matado, não sei de onde brotaram as gargalhadas que acompanhavam o esfacelamento dos corpos. só ecoava pelo meu crânio o arrependimento.<br />ele apontou o pingente para minha cabeça, e com os olhos marejados, balbuciou - morreremos juntos.<br />acordei.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-42410437595628401172011-06-20T03:36:00.002-03:002011-06-20T03:37:52.356-03:00quisera eu te fagocitar<br />pra poder te ver toda vez dentro do espelho e te quebrar em mil pedacinhos<br />nos meus 42 anos de azar.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-31461031410574981752011-06-15T23:46:00.000-03:002011-06-15T23:47:14.274-03:00será que perecerei nesse eterno atraso da anterioridade de 20 pedras?chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-16008981522600401002011-06-15T02:22:00.002-03:002011-06-15T02:25:46.127-03:00reflexos vaziose aqui me sento, em meio a essa areia microgranulada que tende em pequenez ao infinito, fecundada pelo seco (curiosa essa proximidade do teclado entre o c e o x) horizonte prenhe de azul que já foi virginal, mas que hoje é melangé com o calor que insurge do fulgoroso liminar das alucinações terrenas.<br />minha epiderme granulada se afunda ao contato com os ardentes microgrãos do deserto, minha pele se torna tela do baixorelevo da dor. não há nada além de mim e do tudo. minha solidão é coroada com espelhos que só refletem <br /><br />o nada,chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-64007465752147322962011-06-11T17:17:00.003-03:002011-06-11T17:19:49.518-03:00estátuadebaixo do céu de baunilha, deixo os poros abertos para ver se ainda sou capaz de sentir algo. largo meu corpo ao relento, ao ar gélido que me lembrará se fui capaz de me anular. <br />sinto o frio, mas gosto. congelaria ali deitada no banco espesso, sem cor nem vida como eu. contemplo a efemeridade do róseo no céu, mas tudo sempre se torna cinza. a eternidade é cinza.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-58409024873153462952011-06-10T20:37:00.002-03:002011-06-10T20:40:15.480-03:00ferrõese a gente é tanta água que se afoga um no outro, engasga de ânsias e saudades e vermelho. tanto vermelho vida morte que cega por exuberância de visão. e eu choro choro engasgo. o meu conforto é saber que o sal do meu pesar é prévia do teu degustar.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-49411910784100925132011-06-10T19:43:00.002-03:002011-06-10T19:45:37.834-03:00maio viscosoaos poucos o corpo perde a voz, esquece o que sente, pulsa e vive. a morta se aprochega lentamente, não se faz ver nem ouvir. é o esquecimento que esgarça as juntas, afrouxa o colágeno e o que um dia foi a unidade.<br />o corpo, que mantinha dicotomia completa, que era veículo no mundo e ponte do sentido, entrou em coma. não sente mais.<br />perdeu sua viscosidade, seu sabor de lenta decomposição, seu sangue salgado se transmutou em ralo líquido avermelhado.<br />só se dorme. não se sonha.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-58573982243904750622011-05-14T02:31:00.003-03:002011-05-14T02:35:17.118-03:00prelúdio à morte de deus IIalzira <br />no corpo <br />explode <br /><br />de tanta<br />languidez<br /><br />alzira <br />na alma <br />remonta<br /><br />a um canto<br />de altivez<br /><br />a decomposição - suave - de alzira<br />é canto celestial da laconicidade<br />e desinteresse<br />de deus.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-52579689452374337602011-05-14T02:29:00.002-03:002011-05-14T02:31:39.403-03:00prelúdio à morte de deus Ialzira acordou. abriu os olhos penosos e pensou: - merda. pôs um pé no chão, depois o outro. sentiu alguns farelos desconhecidos esparsos no piso.<br />levantou e foi escovar os dentes. malograda, se desmanchou durante o caminho e se decompôs com os dentes ainda sujos.<br />no seu funeral, não houve caixão branco.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-5851233897306290082011-04-06T00:06:00.002-03:002011-04-06T00:09:20.199-03:00cachéeconvulsões da inquietude ou letargia do tédio? a arte se espreita por essas fendas, e, de tanto esgueirar-se por tais metafísicas frestas, a preguiça quebrou o pescoço.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-12695375916484662182011-04-02T20:08:00.002-03:002011-04-02T20:11:10.047-03:00a um falecido desconhecido caninoolhos marejados de incerteza que titubeiam pela casa escura e vazia, se cegam com a profusão de vida e morte mesclados em cores ofuscantes. a vida deveria ser tanta morte, mas morte boa. morte própria, visceral, validada por algo que nunca saberei o que. essa vida de metadiálogo polvilhada com o impessoal da pior espécie é pior que empalhamento, onde perdura pela eternidade o que não aguenta mais ser visto.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-81644206767449744882011-03-16T02:15:00.002-03:002011-03-16T02:22:54.571-03:00sanglotsnão caibo mais dentro de mim. transbordo e me desmancho geograficamente pelo globo inteiro, me fragmento e não me encontro em lugar algum. sou estrangeira em toda e qualquer cidade e nativa de todas as terras. sou estrangeira no meu próprio corpo e sou criadora do mundo. a correria me entedia mas o acaso me fascina. sinto preguiça de respirar mas tenho ânsia de engasgar. quero comer soluços e beber lágrimas. o desprezo enlaça tudo e me esquece num bunker sarcofágico antinuclear.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-22977952127727204242011-02-15T14:21:00.002-02:002011-02-15T14:30:31.524-02:00pont-neufé bom saber que você sente falta do meu cheiro de mim mesma do mesmo modo que sinto falta da sua pele áspera e do seu cheiro de você mesmo. mas eu lembro do seu corpo, e da sua saliva de você mesmo que vira eu mesma num certo ponto e começo a desesperar. que nem quando escuto nina simone e só me vem seu corpo me enlaçando dentro de minha cabeça. passei meses sentindo seu cheiro em todo lugar e usando suas roupas pra voltar a ser você mesmo sendo nós dois ao mesmo tempo, e em todas as palavras só conseguia enxergar tua poesia. o você eu mesma foi se dissolvendo mais a cada dia, você esvaia de mim e se infiltrava nos bueiros nessa vida de rato sujo e mutilado. a gente sabe que nos mataríamos eventualmente. eu a você e você a mim, como se fossemos um só cadáver ao mesmo tempo. eu queria ser suficientemente você pra poder tirar a sua vida, e com ela pra mim você tirar a minha, e a gente ficaria nesse ciclo suicida eternamente, cada um com sua alma que é do outro mas minha sua do mesmo tempo. moraríamos na pont-neuf, bebendo vinho barato e nos mutilando juntos, brincando de atirar pelos ares e brincar de bola de gude com globos oculares.<br />você vive com tanta urgência que acaba por nos matar.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-2907189479194305612011-02-14T15:03:00.002-02:002011-02-14T15:04:00.880-02:00glubfaz bolinha, deixa afundar.<br />mas as costas grudam antes do ralo se aproximar.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-4889897923135416672011-02-02T13:20:00.001-02:002011-02-02T13:21:07.208-02:00fui soterrada por um deslizamento de vivências provocado por percussões nostálgicas distantes.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6993379576446379154.post-42659271878820463472011-01-30T01:10:00.002-02:002011-01-30T01:11:13.119-02:00há um ano, embriaguez e amorbárbara b<br /> to -----<br /> <br />show details 1/30/10<br /> <br />sabe, o que a ebriedade me lembra a todo momento epifânico é que o que dói é a virtualidade extrema, é o não saber se o que existe é ou apenas se refugia no deleite da imaginação. nunca sei se o você-celui-là é de verdade ou se é devaneio meu. nunca sei dizer se o que te digo ou supostamente ouço é verdadeiro ou se foi apenas cria dos narcóticos. eu queria que você existisse de verdade, mas até agora, ante a vigília ou o onírfico, e a embriaguez e a sobriedade, eu não sei se existe ou não. e isso dilacera sabe, isso degola toda a volição, e se alimenta da indecisão, e do estado estático e lacônico do não-ser. e explodde sinmplesmente na euforia raivosa, plena de ira, da condição de não ter noção do que se é e que se espera; não se sabe se se pode esperar ou almejar qualquer coisa, e mesmo com a tentavia de escurraçar toda esperança maldita, sobra aquele resquicio de que uma miragem desértica pode aparecer a qualquer momento e te enlaçar como se não oucvesse amanhã. é isso que dói, entende. é isso que gera toda ira irascível e toda a insuportabilidade etílica que eu despejo sem ou com querer. chega no apice de reflexão do queria ou não que existisse. porque dilacera sabe. a carência que se acostuma com um ser (que eu queria exemplixar com um adjetico mas só lembrarei na sobridade), um ser que teoricamene me faz bem e me acalenta no mau (mal?). mas aí vc some quase definitavamente e aparece, e isso me dói.. não consigo lidar com a alteridade inconstante, o meu próprio me dói constantemente e me lança, jeter literalmente na merda, na vontade contida e no desejo contido. e vc aparece ai, resplandecente no vazio, como se estivesse sempre ai.<br />então, ou seja ou não seja. ou apareça ou não. me martiriza essa impossibilidade, esse lugar da ausência que resta no limbo dae xistencia. ou se é ou nao se é. não que eu queria cair num parmenidizianismo. mas mesmo num heraclitsmo, que seja um devir que não alimente minha destruição, pq to exausta de nao conseguir lidar com a solidao e cair na multidao dentro da embriaguez e da cocaina, e acordar no dia seguinte com hematomas passeando pelo meu corpo e uma dor "moral" que nunca sei ex´plicar.<br /><br />vc pode (ou deve) ignorar tudo isso que digo, mas nao sei, exista mesmo, por favor.<br />se vc nao quiser nao precisa existir, mas poderia ao menos se misturar à nevoa.<br />foi mal por sei la<br />je danse, donc je suis, c'est vrai<br />excusez-moi<br />desculpe por tentar poetizar e dramtizar tudo<br />msa vc ha de concordar que a poesia fala alem do que a vida eh, do que a vid almeja<br />c'est ça.chora ritahttp://www.blogger.com/profile/08631447924487249934noreply@blogger.com1