jeudi 14 juin 2007

rimas pobres não chegam a me corromper

de estradas que nunca atravessei
o itinerário surge em minha frente
gosto de ser manipulada mesmo quando
a dúvida me mata cruelmente

a ansiosidade e a obsessão já se apossaram
de todo o vazio da minha imensidão finita
chegam a perfurar o âmago do ser
oh sentimento cujo nunca verei a partida

cansada estou de tal instabilidade
a espera que não leva a nada
passo a diminuir, cada dia
mais próxima da morte sou levada

rimas pobres não chegam a me corromper

passagem subterrânea

21h

Um silêncio e um vazio encorajadores dominam a cidade. Todos trancafiados em suas moradias, assolados pelo medo do suposto perigo mortal.
Será que não percebem que eles próprios são o perigo? Estão destruindo suas mentes, corpos e essências com tal precaução. Privam-se de viver para viverem mais.
Viver ou vegetar? Será a morte tão ruim a ponto de seguir com tal sofrimento entediante que é a vida imposta? É a vida tão importante assim?
A humanidade segue com essa estupidez chamada vida precavida na crença de que, ao alcançar a senilidade, entenderão a vida em si.
Pois, não vão. Nunca vão. Como compreender a vida se nunca a viveram, se restringiram a teorizá-la?
Erros fatais da humanidade.