vendredi 23 octobre 2009

lamparina

queria para todo o sempre. colocaria num potinho de formol para vê-lo flutuar na eternidade. áspero, quente. suas linhas sinuosas, sua delicadeza e inconsequência. e meu estômago insone se revira, expele, me consome vagarosamente pela ausência. ânsia do corpo, vontade do sêmem, germe da dependência.
minha nadja é lugar enfeitiçado, é magia do corpo reificado.

mardi 20 octobre 2009

fs

bosques macabros, perdidos na penumbra da saúde. todo caminho é silêncio e toda solidão essencial. o único som que entorpece é a lisergia das cigarras.
nada descreve porque nada acontece. o mundo é apenas mera paisagem. a idéia o mesmo, conjugando metafísica.



e é tudo alto, sem fim. as folhas negras, que fagocitam claridade, zumbem tal zumbis, e no momento estático, se deliciam de sua perene imortalidade. o topo é tão alto que nem o tempo pode alcançar.

mardi 13 octobre 2009

duas verdades

eu prefiro perder um tempo no lampejo e nas vivências. mas por trás do acrílico e com brilho de perseguição, mas pelo prazer estupefato. pela revelação profética que alaga a íris e contrai a faringe, que bambeia gravetos e disseca corações.
os laços explícitos que parecem cadeias causais da providência são afiar da lâmina nos olhos com óleo vermelho retumbante. cega mas faz cheirar o tatear nas papilas gustativas o gosto da saudade.
a mandíbula não mais se fecha e a boca seca. a sinestesia remete ao instantâneo. o estranhamento que se perde após o ponto ainda deixa reluzir o branco da lacuna sentido. mas você lembra o aperto, o cheiro de testosterona feminina, o sotaque de oposição aoutro amor. e agora segue os nós e sente a palato esfumaçada, a mão pesada em contraste ao corpo leve, as linhas nasais e a frequência da voz.
o aperto penetra do externo pro interno. e as alucinações, a perspectiva grotesca percepção, a cor do movimento contínuo e linear, perene visualmente. ânsia estomacal da sinestesia, paranóia social e ritmos incansáveis do atabaque. querem me matar. quero fumar mas não acho minhas mãos. quero levantar mas o chão repele meus pés. quero mudar de frequência, girar o botão, mas só caibo no mundo dos semi-vivos semi-mortos.
ontologizo a crueldade como existencial, e como mártir esfereográfica, me perco na dor do embaralhar de letras ao esperar que minha redenção me volte ao inferno.

mardi 6 octobre 2009

ha)i(des

descendo pelas escadas do inferno, aquele lugar para onde escoam todos bueiros do niilismo, onde toda procura doentia pela insatisfação se encontra.
o tremor diante do vislumbre do nada, a fadiga da corrida pelo conhecimento e pelo sentido, que encontram a subterrânea linha de chegada, a teleologia da decadência.
é só descer que as forças vitais já fogem, evaporam de ti para a superfície. a ganância do saber leva direto ao cérbero, que ao estraçalhar sua ignorância abençoada, a devolve deglutida e transformada na ignorância consciente e culpada.
a culpa e a angústia são o casal que vão te acompanhar a partir de agora, como ceifadores a espreita da morbidez exalante. o fardo do conhecimento, seguido de ignorância, empurra para o calabouço do tártaro.