lundi 21 septembre 2009

tic feixes fótons

o tintilar dos ponteiros do relógio são nada mais que o moribundo marimbondo, que incansávelmente vislumbra a felicidade da morte encarcerada no globo de luz.

jeudi 17 septembre 2009

venoso

não brilha não toca não vibra. a dispersão não me enlaça com seu prazer. me deixa na ira, no peso das pálpebras que se descolam do tempo e do espaço. condição de presidiário esperando a condicional. ele é tão livre que faz eu me oprimir e me esgarçar eclodindo. a lava inunda por dentro, engole o sangue fogo, hemorragia nas placas tectônicas. minha gangrena paralisa mas não amputa.

mercredi 9 septembre 2009

090909

o banho do frio e do cruel torna-se um
existencial
tenta-se alcançar pela via errada do particular
o universal

nem mais a chama
flamejante e irascível
nossa loucura proclama
o fogo ininteligível
que lava, alveja e almeja
transmutar a ordem vigente
ou apenas enterrar o medo com cinzas, findas com nossa credibilidade.

apenas queima, e desgasta. vai morrendo aos poucos, marcas das brasas que já perderam a vermelhidão. a inconsequência que se veste e se esconde em conceito. ao pular as fagulhas, se esquece e perde o eu.

samedi 5 septembre 2009

mrnt

bolhas de ar que falham, na tentativa protetora de negar a embriaguez. distorção cerebral que pari a não-coerência verbal, e o deleite estético do extrato ao avesso, pleno de discurso sem significação. idiossincrasia afirmadora do eu, vergonhosa que se esconde na descartabilidade do panfleto, tal qual vestuário de valentina.
desnecessário.

colônia de férias

digerir, tragar as palavras, que tanto doem e mutilam. e que são indeléveis, incansáveis. não se cansam de tal assombro, de fantasmagorizar nosso eu etéreo. que tentam manter um elo de compreensão, na impossibilidade de contato com a alteridade. que provêm as mais pervertidas e profanas visões do outro.

o outro é o que mais pesa (e vicia) no eu.




pedacinhos fragmentados que insistem em ser de cargas opostas. quebra irreconciliável que não existe fora da aglomeração.
condição fragmentária do ser. mosaico que denota sua peculiar beleza no rejunte, refúgio da singularidade. excentricidade dissônica e desconexa, mas ideal.




gosto de me sentir cheia que nem sopa de letrinhas, que se esvazia e se torna plena a cada gole, traço de tinta esfereográfica.