fico aqui, destilando meu veneno na redoma da solidão. olhando, esperançosa e miserável, procurando por um reflexo, miragem ou ilusão.
deleito-me com meus próprios sussurros, sibilando qualquer prosa desconexa. o temor pelo sonho me mantem inerte, nessa vida opaca, já escrita e repetida.
cores e formas são as mesmas, tudo vira escuridão no final. suponho que nem o começo de tal melodia feliz conseguiria novamente me inflar.
mercredi 28 janvier 2009
lundi 19 janvier 2009
odisséia individual
aquela impotência. aquele círculo sem fim de privação, de cotidiano, monotonia rotineira. a angústia pelo novo aflora cada vez mais e mais e mais e mais. e grita. no extremo agudo, azucrina meus sentidos. e sufoca. e para no fundo do poço, de novo ao cárcere circular.
até as palavras são as mesmas. a paisagem então, o mesmo cheiro. epifania da amnésia.
os mesmos dias, o mesmo tempo. imutável e infindável. continua aquele suplício, o ouvir mínimo da faca ao adentrar. sentir o alargar dos tecidos, células epiteliais. o corte vai profunda, rasga, esgarça e estira tudo. o vermelho-sangue tudo inunda.
a cor viva da morte nos afoga.
até as palavras são as mesmas. a paisagem então, o mesmo cheiro. epifania da amnésia.
os mesmos dias, o mesmo tempo. imutável e infindável. continua aquele suplício, o ouvir mínimo da faca ao adentrar. sentir o alargar dos tecidos, células epiteliais. o corte vai profunda, rasga, esgarça e estira tudo. o vermelho-sangue tudo inunda.
a cor viva da morte nos afoga.
mardi 13 janvier 2009
xangô
os anseios, malogrados, espelham o brilhar da lua. a névoa pairava sobre o lago. solidão. essa seria um de meus perpétuos.
do frio do parapeito, exalando aquele cheiro molhado de dias de chuva, posso ver as negras manchas da lua. e ficam a flutuar as memórias.
música alta, cacofonia. o frio da madrugada, assusta na espera aurora. e a solidão, a bagunça da multidão, os desconhecidos a atormentar e confortar.
a única aparência familiar consegue, de tal brilho lunar, ofuscar. cega ao ponto de trazer as lágrimas e o pranto, e suprimir o desejo de ver.
sua resplandecência, contato, a esboçar o mundo a sua volta. e eu sentada, definhando. enquanto eu perco a vida, ele ganha.
nem o álcool acaricia os lábios. nem a fumaça do cigarro propicia meus suspiros.
estou enterrada, morta. morta no meio da festa, tal lua roubou minha esbanjante vida.
e pensar que ele desperdiça tudo assim, jorrando iluminação crepuscular.
que pelo menos em teus desenhos, minha decadência seja um perpétuo também.
do frio do parapeito, exalando aquele cheiro molhado de dias de chuva, posso ver as negras manchas da lua. e ficam a flutuar as memórias.
música alta, cacofonia. o frio da madrugada, assusta na espera aurora. e a solidão, a bagunça da multidão, os desconhecidos a atormentar e confortar.
a única aparência familiar consegue, de tal brilho lunar, ofuscar. cega ao ponto de trazer as lágrimas e o pranto, e suprimir o desejo de ver.
sua resplandecência, contato, a esboçar o mundo a sua volta. e eu sentada, definhando. enquanto eu perco a vida, ele ganha.
nem o álcool acaricia os lábios. nem a fumaça do cigarro propicia meus suspiros.
estou enterrada, morta. morta no meio da festa, tal lua roubou minha esbanjante vida.
e pensar que ele desperdiça tudo assim, jorrando iluminação crepuscular.
que pelo menos em teus desenhos, minha decadência seja um perpétuo também.
mardi 6 janvier 2009
insônia
sumi, tão flamejante
despercebida, fui ao ocaso
a brasa, tão escaldante
migrou ao eterno descaso
paixão, tão derradeira
o toque, foi tão fugaz
o amor, contemplo faceira
por medo, não corro atrás
a efemeridade do fogo
apagado, só frustração
transmutou em geleira, estorvo
as cinzas da decepção.
despercebida, fui ao ocaso
a brasa, tão escaldante
migrou ao eterno descaso
paixão, tão derradeira
o toque, foi tão fugaz
o amor, contemplo faceira
por medo, não corro atrás
a efemeridade do fogo
apagado, só frustração
transmutou em geleira, estorvo
as cinzas da decepção.
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