vendredi 29 janvier 2010

vertente

a tentativa do desvelamento é falha. pra que dissecar palavras e expressões? as letras maiúsculas já gritam demais por elas mesmas. não precisam de recursos de vocalização. se mato teus filhos, farei-lhes outros! posso bem continuar no meu meio-andar, em casa de miniatura. assim, não mais preocupação. só explodir e destruir tudo por dentro. encher as letras, inflá-las antes que elas pereçam no ponto.
me permito a todos o assassínio. duas letras por uma, uma por três. meu homicídio parte e faz nascer.

por um rapaz cheio de ódio e palavras

a miserabilidade da vida é incontável. as luzes, os movimentos e o respirar se tornam insuportáveis.
a sequela que resta do calor dissipado pelo frio. do sangue coagulado sob o suor.
não acredito que a dança seja necessariamente sincera, nem que o toque exprima mais que vontade momentânea.
o desejo sujo, irascível, que não deixa mais que marcas raramente memoradas.
perdem-se dias, semanas, meses estático. catatônico. lacônico. isento de volições. tudo se apaga, o corpo não obedece a instintos.
se ao menos o mar fosse mais próximo.