samedi 15 août 2009

particular absurdo social

o bar não é nada além do acúmulo de insatisfação. tantos seres desejantes, plenos de incompreensão, se afogam na sedência pela busca. o objeto procurado, talvez nem tenha tanta importância. mas a vontade, e a dor pela falta, essas sim são a razão da vontade. a vontade da insatisfação, e a busca masoquista que, num vício doentio, já vislumbra a opacidade do nada.
a prisão circular que nos reduz a roedores, na abstinência do tato. o tato etéreo, superficial, do social a vontade da multidão, que só intensifica a cor do solitário.
pra que a procura pelo outro, sendo que nem o eu fragmentado conseguimos sentir?

é por isso que de nós transborda o absurdo.

dimanche 9 août 2009

bce

bancos quentes, fumaça no rosto mas o vento é puro. e o primeiro cheiro de vida já me seduz. desde o sobretudo pesado, suado embaixo do sol de meio dia, aos cabelos grandes, loiros esvoaçados.
me dá vontade de levantar, mas logo lembro da repugnância, e do desejo ímpeto de me consumir corroendo meu estômago de fumaça.
tenho vontade do branco e do verde, quero me entorpecer pra ver se vivo e adormeço. cansei do cinza mórbido das olheiras, e da vermelhidão sóbria dos olhos.
mas quero entorpecer enaltecer o particular, alheio. a tudo e a todos. fugir da prisão da linguagem e independer da compreensão.
simples baforadas já me esfumaçaram de vida, mas volta. a brasa do cigarro não é tão quente quanto um corpo. não tem a umidade da experenciação.
o que sempre complica é o depois. e o agora, ao se constituir como depois do antes. e o antes, por não ser nada além do depois da solidão primordial.

lundi 3 août 2009

nasalidade

a obsessão doente da madrugada
que atiça a centelha do vazio
a pele, pelo frio ofuscada
o calor, preso num desvario

mente vazia, oficina do diabo
a vermelhidão mãe dos prazeres
toque no puro e no sujo, do rabo
o utero decompoe-se em simples dizeres

fetos escorrem pelo chão imundo
à sombra do mais fajuto ciume
amor paranoico, de pesar profundo
da decadencia esgarço ate chegar ao cume

dos prazeres, sou toda a morbidez
da genialidade, sou a margem da loucura
na suspensão existencial perco a lucidez
a vontade é encarcerada na censura