jeudi 28 février 2008

rain

meu cérebro está comprimido pela aflição, tenho que aproveitar meus últimos instantes de lucidez.
a loucura clama por meu nome, simulacros paralelos expulsam-me incessantemente.
toda essa tempestade assemelha-se às tormentas do meu pensamento, quisera eu ser atingida por um descarga elétrica fatal (atraída pela minha condição de ânion) para acabar sem culpa essa insatisfação.

mardi 26 février 2008

nowadays

sua vida se resumiu ao humano. onde foram as divagações sociais e delírios bucólicos? mergulharam na sombra do amor e estão prestes a se afogar.
por que tamanha aflição diante dos sentimentos, esfera genuinamente humana? o amor se resume apenas à troca de gametas! não é motivo para dor em demasia, lágrimas desnecessárias.
desperdício de vida! há tanto para ver, tantas formas a sentir, um mundo a compreender. não ofusque sua visão por um bípede dotado de glândulas sebáceas.

dimanche 24 février 2008

pulso

Devaneios, desvarios passageiros
Mínima distância, perigo iminente
Deslumbre eterno e derradeiro
A cidade em ruínas, decadente

Sempre a mesma podridão vigente
Pessoas em decomposição constante
Corações necrosados, boca sem dente
Exala um odor fétido nauseante

Os vermes nunca levantam-se da lama
Não há visível escapatória
Os moribundos continuam presos à cama
Agradecemos a deus sua glória.

samedi 23 février 2008

rousseau

e aqui de volta estamos
impossível resistir à tentação
adeptos da poligamia viramos
difícil foi viver sem sua atenção

como me alegra esse seu olhar
brilhante, verdeando meu mirar
olhos oblíquos, cigana dissimulada
suas mãos me deixam extaseada

quase me mata de saudade
essa sua ausência desnecessária
displicência apenas por vaidade
sua falsidade foi por demais hilária

admita que sentiu minha falta

dimanche 10 février 2008

buraco

o vácuo se expande dentro de mim. a paralisia domina todos meus membros. meus pensamentos estão opacos, foscos. não sei o que acontece.
os valores morais sublimaram. minha índole vazou cano abaixo. minhas idéias, se esconderam com temor.
estou vazia. sem nada, no fundo. nem elétrons resistem à imensidão do meu buraco negro pessoal.
sugo e centrifugo, nada deixo sobrar.
tudo destruo, estraçalho.
nada sobrevive à mim.

mercredi 6 février 2008

my moon

esperança... ó sentimento flagelador! consome toda sua chama da vida na espera que não leva a nada! criador de ilusões deliciosas, que fazem com que se mate aos poucos com a dor de nunca poder alcançá-las!
é a virtude dos fracos, dos que já nascem derrotados. esperança é a vergonha e o peso morto de toda a humanidade. não nos deixa progredir, prendendo-nos ao inatingível.
a esperança deveria ser a primeira a morrer.