jeudi 22 mai 2008

corda

um. dois. três. passam-se os segundos. minutos perdidos ao olhar o relógio pra não perder os minutos. angústia. o tempo não passa. tudo continua igual. as mesmas indagações sem respostas, as mesmas feridas sem cicatrizar.
a bateria não acaba. minha consciência, pra sempre desperta. o fim não existe se não posso enxergá-lo. apenas acaba. sem eu saber, nem perceber, pluft.
são sempre os mesmos sessenta minutos.

lundi 12 mai 2008

ácido fluorídrico (sem polietileno como isolante)

ódio. pesar. gotículas salgadas que escorregam das órbitas.
quando será o estopim? há décadas estou cansada disso tudo, mas continuo nessa lúrida decadência, repetindo compassadamente esse sofrimento tétrico.
relacionamentos sociais são reflexo da busca incessante pela dor. é demasiadamente destrutiva essa renúncia, estou engasgada de tantas mágoas engolidas, escondidas em minha garganta.
quero gritar, vomitar tudo. excretar tudo que há de ruim em mim, dissolver minha existência em ácido.
desintegrar tudo é meu desejo mais profundo.

dimanche 4 mai 2008

tempo I

período de 60 segundos. interminante reflexão da luz, nas gotículas mínimas espelhadas da chuva. espalhadas, aleatórias, inesperadas. calefação instantânea.
seria a transitoriedade dos pingos de chuva análoga à efemeridade da nossa vida? a fugacidade do tempo nos expreme, inutiliza nossos pulmões.
para que resistir? para que esperar?