mardi 28 septembre 2010

cent morceaux et nerval

é o limbo. a distinção entre sono e vigília há muito se desfez. odores, sensações... todos são turvos em todo o momento. confusão de imagens, sonhos, memórias. não sei se estou em coma ou é a embriaguez que me possui.
a rua me causa medo, os olhares cortam meu corpo tal suplício chinês. flerto com as luzes do tráfego, não sei se me jogo aos carros ou se durmo num coma pela espera de 2012.
sinto-me penetrada pela confusão esquizofrênica como por um consolo chave féerica, que abre pelo meu útero todas as fechaduras oníricas que aqui residem em seu (meu) colo.
não existe polaridade. nem verdadeiro nem falso.nem sonho e realidade.

tudo são percepções confusas, leibniz

lundi 20 septembre 2010

dói, dói, dói

ele tem mãos dotadas de extrema alvura. unhas transparentes que obedecem o contorno dos dedos, macias e quentes.
ele sempre aquece e ruboriza o (meu) corpo. sua presença consterna e paraliza, e abre o orifício da auto-sabotagem como defesa.
sua fala passível de obstáculos, com uma estranha cadência fora de compasso e uma ânsia inefável que o consome me são reconfortantes.
o cheiro de recém saído do banho, a barba feita que lhe tira vários anos de idade. ah, o cheiro doce de quem não tem malícias, de quem transpira suspiros...


não consigo