dimanche 9 août 2009

bce

bancos quentes, fumaça no rosto mas o vento é puro. e o primeiro cheiro de vida já me seduz. desde o sobretudo pesado, suado embaixo do sol de meio dia, aos cabelos grandes, loiros esvoaçados.
me dá vontade de levantar, mas logo lembro da repugnância, e do desejo ímpeto de me consumir corroendo meu estômago de fumaça.
tenho vontade do branco e do verde, quero me entorpecer pra ver se vivo e adormeço. cansei do cinza mórbido das olheiras, e da vermelhidão sóbria dos olhos.
mas quero entorpecer enaltecer o particular, alheio. a tudo e a todos. fugir da prisão da linguagem e independer da compreensão.
simples baforadas já me esfumaçaram de vida, mas volta. a brasa do cigarro não é tão quente quanto um corpo. não tem a umidade da experenciação.
o que sempre complica é o depois. e o agora, ao se constituir como depois do antes. e o antes, por não ser nada além do depois da solidão primordial.