vendredi 31 octobre 2008

público

o suicídio sim seria a única questão valiosa de ser problematizada. não enxergo fraqueza a desistência na realização de tal ato. a consumação do suicídio denota extrema força de vontade e clareza. teleologicamente, aceitando-se o suicídio, sua vida tem a finalidade do fim, acrescento, o fim quando você decidí-lo como tal. a decisão pelo suicídio demonstra tal domínio de si e liberdade, quando as consequências de tal ação sobre os outros e sobre a realidade não mais importam, não impedem de fazê-lo. nem digo cometê-lo, pois tal palavra impele a uma concepção errônea de culpa, de crime, de errado e mau. nada há de mal no pleno controle sobre a própria vida, extremizado ao ponto de se ter o poder de mantê-la ou não como vida. suicídio é o ápice de consciência do ser e da liberdade de opção de ser, ou apenas não.

jeudi 30 octobre 2008

tuberculose da maldição

a auto-antropofagia em que você se consome, se deteriora, se esgota. gasta todos os seus recursos em prol da sua própria decomposição, escolhe se martirizar, neurotizar. vira escravo da paranóia, operário da psicose. sua força de trabalho cria apenas sua própria destruição. o amor-próprio já foi carburado, e te faz caminhar em direção às brasas flamejantes da loucura.

mercredi 22 octobre 2008

flutuante

mergulhei na languidez nicotinesca. cada passo novo, único, excêntrico. esse cheiro nublado, esse vento polar, acrobata das cigarras.
o chão domado do roxo pisado, olhos vibrantes, extenuantes. pulam as letras de acordo com o movimento pendular das pernas.
é, tudo isso é meio sem sentido. o sol já saiu mesmo.