lundi 22 novembre 2010

o tédio permanece mesmo na expansáo da territorialidade, como ja dizia a dimensáo espacial do dasein.

lundi 15 novembre 2010

perdida no surrealismo onírico, sonhei que meu cachorro de pelúcia pulava e se atracava em meu punho.

samedi 6 novembre 2010

amor d'infância

lembro-me de quando você caiu aos prantos no chão. seu corpo todo tremia, seus músculos todos contraídos, seu rosto de pavor. vertia suor frio, e eu queria carregar-te como a um filho.
foi nesse dia que descobri que você era de verdade.
tudo era escuro, a grama era alta e a rua vazia. conversávamos, e repentinamente você teve um surto de existência. sua paralisia exalava mais vida do que toda a inércia cotidiana dos seus beijos de bom dia.
você permaneceu lá, horas a fio, com choro misto de lágrimas. eu me enfureci de inveja. logo eu, que me achava tão autêntica, tão viva, nunca havia rompido com minha cotidianidade de forjar-se louca mas presa na linguagem.
no seu lugar-comum você conseguiu ser homem do subsolo, você conseguiu ser mais literatura que o papel tipografado. essa tua hora de existência valeu mais que minha vida inteira.

mercredi 3 novembre 2010

do dia dos mortos (prefiro mortos a finados)

corpos e corpos e mais corpos luzes lancinantes alucinantes tinas com gelos e latas mais latas e corpos. álcool. e aquele sentimento do que fez mas não foi desfeito, o que passou mas tá marcado.
sou muito pouco. sinto aquela lacuna de mim onde não tenho o que para preencher. é um vazio grande, que se lota de entes mas não tem fundo. que nem estômago de gordinho.
a gente cansa. e nessas horas, hipostasio a dor e sonho com aquele suicídio coma, onde a gente volta a viver quando quer.
não tô conseguindo mais organizar as coisas direito. o caos vai desde manchas de vinho em meu lençol até as minhas sinapses. sentido já não via, mas nem a inércia do hábito que me fazia levantar todas as manhãs tá funcionando mais.
essa coisa de amor platônico não leva ninguém a lugar algum. acho que tá chegando no cume do masoquismo que nem quando eu pensava que a maior ação de crueldade é o pensar auto-reflexivo.
pensar os outros enquando projeção de você deixa meio louco. pensar na perda de tempo que é esse álcool-unb-festinha que é como um trepar sem gozar deixa meio louco. a falta de vontade de abrir os olhos também. mas talvez isso tudo aqui seja uma grande mentira.