dimanche 22 février 2009

solitude

a potência suicida aflora ao soar da primeira simples nota. torna-se desnecessária e dispensável a imponência e magnitude catastrófica do acorde.
na solidão a cinza primavera nasce. regada a cerveja e alcatrão, ela lavra, prepara e semeia o terreno, pequeno jardim individual, da destruição.
com seus míseros três minutos e meio destrói uma vida. que se recompõe novamente ao próximo arfar da bateria.
a inquietude prevê e precede a paralisia da solidão. abundância que escorre de tanto eu. ramificações cada vez mais vazias e cada vez mais complexas na constituição do eu individual.
eu individual que sozinho sou todos.
seis minutos de dor.

samedi 14 février 2009

e se agora, neste pleno nublado maldito instante, se minha cabeça ex ou implodisse, voasse mísera carne moída pelos céus, ao impacto de uma bala de chumbo, eu estaria satisfeita. plenamente satisfeita.

lundi 9 février 2009

overlived

as vozes humanas, distantes 4 andares de mim, soam como zunidos, grunhidos irritantes da insignificância vertebral. todos chafurdados nesse gueto, beco visceral e escatológico que é a noite, exalando a fétida e paradoxal vivacidade.
aquela fumaça quente, emergindo dos bueiros com todos aqueles seres semi-vivos semi-mortos, que mantem sua morbidez decrépita se alimentando dos restos e dejetos, sugando o xorume metropolitano.
humanos subterrâneos. (sub)urbanos?