mardi 13 janvier 2009

xangô

os anseios, malogrados, espelham o brilhar da lua. a névoa pairava sobre o lago. solidão. essa seria um de meus perpétuos.
do frio do parapeito, exalando aquele cheiro molhado de dias de chuva, posso ver as negras manchas da lua. e ficam a flutuar as memórias.
música alta, cacofonia. o frio da madrugada, assusta na espera aurora. e a solidão, a bagunça da multidão, os desconhecidos a atormentar e confortar.
a única aparência familiar consegue, de tal brilho lunar, ofuscar. cega ao ponto de trazer as lágrimas e o pranto, e suprimir o desejo de ver.
sua resplandecência, contato, a esboçar o mundo a sua volta. e eu sentada, definhando. enquanto eu perco a vida, ele ganha.
nem o álcool acaricia os lábios. nem a fumaça do cigarro propicia meus suspiros.
estou enterrada, morta. morta no meio da festa, tal lua roubou minha esbanjante vida.
e pensar que ele desperdiça tudo assim, jorrando iluminação crepuscular.
que pelo menos em teus desenhos, minha decadência seja um perpétuo também.

3 commentaires:

Diogo a dit…

=)

Lindo.

André Shalders a dit…

é que, pela idade, não achei que você era capaz de um texto tão infla(ma)do, como uma jubarte furiosa.

Anonyme a dit…

não é aparente sumiço, eu apago seus comentários mesmo.