dimanche 24 août 2008

entre 5 e 6, não há diferença

Esqueci. Estou confusa, e não sei por quê. Agor vejo, a grama seca, devastada pelo clima. As árvores ironicamente altas. O céu intensamente azul, nenhuma nuvem. Tudo isento de umidade.
Não sei o que faço aqui. Vejo uma bolsa, um livro ao meu lado. Estou no meio de tudo. Acendo um cigarro, esfumaçar as idéias. Estaria eu fugindo?
De quê? Para onde?

Os clichês me resumem. Minha profundidade é superficial. O oco do cerne.
Refaço o caminho das pedras, volto para casa. A janela entreaberta, a cortina semi-transparente. Tudo contribui ao clima introspectivo e mal-iluminado. Cheiro de tabaco, cigarro apagado. Sinto a nicotina em mim. Deito. Penso.
Em quê?

Nada. Supervalorizo o vazio do meu pensamento, creio especial o nada além de ordinário. Dói. Dói doer o que não devia doer, importar. Paredes cheias.
Pensamentos palavras paredes pinturas. Abstratos. Forjo uma significação para o nada. Preguiça, ócio criativo? Deveria admitir a falta de funcionalidade da minha existência.

Preciso. Preciso de outro vácuo para me completar, preciso de um maior vazio para me afirmar. "bom". Efêmero. Sofá, textura amarela, veias de madeira. Janela entreaberta, céu limpo. Horas a observar o que carece de observação.

Quisera parar o tempo. Melhor ainda, voltar o tempo. Evitar tais desastres fatídicos. Quisera eu que a rotina não houvesse me consumido. Quisera eu não ter fumado aqueles cigarros. Quisera eu não ter flertado com o céu. Quisera eu que a janela não fosse tão sedutora. Que a queda não fosse tão. Degradante.



nada mais dói.

1 commentaire:

Diogo a dit…

Hoje voltei do cursinho, cançado, muito mesmo e com uma puta dor de cabeça.Fui logo pra cama e tal, talvez depois de beber um pouca de água ou entrar no msn, essas coisas rotineiras de sempre...
Botei a cara no travisseiro e apaguei, isso 7:30.Acordo com o barulho da tv e cá estou.Estranho, a alguns tempos passados, era mais ou menos isso que eu sentia, com exeção da janela sedutora, porque isso nunca me passou mesmo pela cabeça, nunca cogitei.Gosto de ver o oco, o caos, e se ele for na minha tenda pessoal, que seja.E se é pra ser, que se fodam os cigarros, que se foda tudo.E é isso, exatamente isso, o clichê!
Pois dar play no "foda-se" é um clichê, e como tal, é uma verdade, nada mais que a verdade.Porém, quando você não tem forças nem para parar de cogitar que entre o quinto ou o térreo, ou a primavera e o outono são o mesmo que a sua presença no mundo nos ultimos tempos, fica difícil pensar no plano B ou C.E fato é, o plano B nunca é o "whatever".E o whatever não funciona por muito tempo, você tem que tomar uma atitude que doa, ela vai rezolver por um tempo, e virá de novo.E você se perguntará oque caranhos de ventiladores pedófilos e abacates grávidos você está fazendo aqui?
E lá estará o cigarro, lhe fitando.